sábado, maio 07, 2005

Família

Eu nunca dei valor a minha família, não que a desprezasse, mas não dava aquela importância do zelo, de querer saber se as pessoas estão bem. Desde pequena a idéia que eu tenho de família é de um grupo que desde cedo sabe os podres da minha vida e que pode sair por aí contando as coisas, ou pior, pode sair rindo com o que sabe. Eu tenho a consciência que é um pensamento de louco, mas não posso fazer nada se penso assim desde os 5 anos.

Amigo só sabe as coisas que você acaba contando, mas a família não, a família sabe de quase tudo, é claro que chega um ponto que eles não podem mais saber de nada, é quando você cresce, fica mais adulto e pode fazer as merdas longe de casa, mas quando se é pequeno, não dá pra esconder muita coisa. A visão que eu sempre tive de família é da opressão, de ver como os sonhos são esmagados pelo núcleo familiar composto pelos mais velhos, eu olho para as pessoas e vejo que elas não vão chegar longe, meu medo tempos atrás era pensar que talvez eu mesma não pudesse chegar longe.

Nesse um mês muita coisa mudou, e embora eu ainda veja a família como fonte de opressão e castração, eu passei a conhecer cada pessoa dela, a descobrir como as pessoas pensam e o porquê de agirem de determinada forma. Um mês atrás eu não sabia quem eram meus parentes, hoje posso dizer que os conheço, um pouco, é verdade, mas os conheço.

"A vida gira em grandes ciclos, grandes demais para serem percebidos até que trazem a gente de volta a alguma pedra de toque, ao lar, as memórias partidas de um santuário do qual você jamais achava que ia precisar de novo."

Pois é, eu jamais achava que ia precisar, e precisei.
...

Voltei para o dia da mães, semana que vem devo voltar pra minas e ficar mais um mês lá :) (um mês atrás a carinha estaria triste em dizer isso, mas hoje ela está feliz)